Atualmente no mundo são realizadas aproximadamente meio milhão de cirurgias bariátricas por ano. O reganho de peso após a cirurgia já é fato conhecido entre os cirurgiões bariátricos e representa uma parcela pequena dos pacientes submetidos ao bypass gástrico¹ ou cirurgia de Fobi-Capella.
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Dr. Caetano Marchesini
Atualmente no mundo são realizadas mais de meio milhão de cirurgias bariátricas por ano. O reganho de peso após a cirurgia já é fato conhecido e é considerada a complicação a longo prazo mais comum, chegando a 20% em pacientes submetidos ao bypass gástrico. Em casos de cirurgia de Fobi-Capella, o número chega a quase 35% em pacientes submetidos à gastrectomia vertical ou Sleeve.
A causa da obesidade continua sendo multifatorial. Dentre os fatores mais relevantes podemos destacar o retorno dos hábitos errados na alimentação, alterações psicológicas como ansiedade e compulsão e a própria biologia dos pacientes.
Alguns pacientes obesos mórbidos têm uma tendência biológica a serem maus respondedores à cirurgia e não perdem peso. Esta dificuldade está muito associada à taxa de metabolismo baixa. Nestes casos a atividade física associada aos cuidados recomendados tem grande impacto.
Outro fator em especial que pode contribuir para o reganho de peso é a dilatação do estômago e costura entre o estômago e o intestino, que é feita no bypass gástrico.
É muito comum neste grupo de pacientes um aumento na ingestão de carboidratos (doces e massas) como também o aumento do volume ingerido com a perda da sensação de restrição. Uma das explicações para este comportamento é simples: o carboidrato estimula nosso cérebro a produzir substâncias que nos dão bem-estar, além de geralmente estarem num formato fácil de ingerir, pastoso ou até líquido, não necessitando a mastigação.
Baseados nesses fatores, oferecemos aos nossos pacientes um programa de perda de peso para quem teve reganho de peso após fazer o bypass gástrico, através do acompanhamento de uma equipe multidisciplinar associado a um estreitamento da costura do estômago operado com o intestino.
A aplicação do argônio² é feita ao redor da costura entre o estômago e o intestino diminuindo o seu diâmetro, devolvendo ao paciente a sensação de plenitude (saciedade) que tinha logo após a cirurgia (confira o vídeo sobre o processo³). Não há necessidade de internamento e a sedação é acompanhada por médico anestesista.
Antigamente fazíamos até 3 sessões porém, atualmente, com melhora da técnica e tecnologia dos aparelhos, pode-se fazer apenas uma aplicação.
É muito importante o paciente compreender que esta é apenas uma parte do tratamento que envolve um acompanhamento psicológico e nutricional mensal além do estímulo à atividade física. Eventualmente, em alguns casos são necessárias mais sessões pois alguns pacientes não respondem ao tratamento e os resultados não ficam dentro do esperado.
A grande vantagem deste método é a possibilidade do paciente sair do procedimento e retomar suas atividades normalmente.
O acompanhamento psicológico faz parte do tratamento para controlar o quadro de ansiedade que faz pacientes operados a comer mais carboidratos.
É importante lembrar que não existe cirurgia para tratar ansiedade.
Outra terapêutica que tem ajudado muito é a associação de medicamentos anti-obesidade como a Liraglutida, entre outros. Inúmeras publicações científicas têm surgido indicando uma resposta melhor na perda de peso.
O tratamento medicamentoso permanente é fundamental para que após o procedimento não haja reganho peso.
Os resultados com esta terapia têm se mostrado promissores, com perda do peso em torno de 15% do peso inicial.
Pacientes que não fizeram o acompanhamento multidisciplinar não alcançaram os resultados esperados.
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